As empresas voltadas para o setor automóvel encontram-se cada vez mais focadas na delineação de estratégias que permitam reforçar as equipas de trabalho com indivíduos que acrescem valor às organizações.

O Grupo Adecco publicou um relatório em março de 2021 intitulado por “Futuro do Talento na Indústria Automóvel e da Mobilidade” que faz referência a seis tendências inevitáveis, que resultam como consequência da indústria automóvel e que as empresas não conseguirão sobreviver sem elas.

É um facto que a tecnologia, nomeadamente as áreas da robótica, automação, e inteligência artificial, representa o futuro. A atual situação pandémica que o mundo tem vindo a enfrentar (Covid-19) prejudicou o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, as estratégias para atrair novos talentos, que foram previamente delineadas pelas empresas, tiveram que ser reajustadas perante esta nova realidade.

Esse relatório explora a forma como a tecnologia reestrutura as indústrias automóvel e mobilidade e como as organizações devem encarar este cenário. Tendo em conta o crescimento tecnológico, as empresas necessitam de desenhar estratégias para que contribuam para o bom posicionamento competitivo da empresa.

É notório que o atual contexto pandémico tem vindo a influenciar as organizações que operam na indústria automóvel a abraçarem um plano de contingência (até mesmo a nível de parcerias com fornecedores que se dediquem à gestão de talentos), a fim de se salvaguardarem de situações idênticas no futuro. Por outro lado, este facto irá conduzir as organizações para “... a capitalização das oportunidades de crescimento emergentes“ e existirá consequências na gestão de talentos.

Contrariamente a outros ramos de atividade, a indústria automóvel destacou a necessidade de investir na procura de especialistas. Note-se que a geração Z foi marcada pela primeira geração que cresceu num meio completamente digital, logo essa geração é aquela que apresenta o perfil ideal para responder às necessidades das empresas.

Assim, a conquista de novos talentos, a retenção e a gestão são três aspetos que a indústria automóvel teve que ponderar.

 

 

1) Mobilidade repartida

 

As respostas à mobilidade repartida, que passa por partilhar automóveis, aluguer & leasing, precisarão de duplicar para alcançar os dois triliões de dólares até ao ano de 2030.

As organizações de mobilidade mais recentes caracterizam-se por entidades hábeis, flexíveis e indiferente no que concerne à gestão de ativos. Estas optam cada vez mais pela realização de alianças com outras empresas e acordos comerciais de curto prazo, nomeadamente, “... fornecer equilíbrio da frota, reparação de veículos, gestão de frotas, gestão de combustível na frota, e carregamento da frota elétrica”. O intuito passa por estabelecer uma partilha de serviços entre organizações distintas, mas que oferecem ao mercado um conjunto de serviços idênticos.

 

 

2) IA (Artificial Intelligence) e Internet of Things (IoT)

 

Estima-se que, no ano de 2030, a indústria automóvel irá crescer em força e, consequentemente, sofrerá alterações radicais em relação ao que representa hoje e necessitará de investir em recursos humanos que dominem as áreas de automação, robótica e inteligência artificial. Esses recursos são os futuros talentos que irão ditar o futuro da indústria automóvel nos próximos 10 anos.

 

 

3) Requalificação/reforço de técnicos especialistas

 

Cada vez mais, as organizações irão precisar de investir em pessoal qualificado e que apresentem um perfil adequado às suas necessidades, a fim de responder às necessidades do mercado. Os diversos engenheiros, especialistas e equipas de trabalho são três exemplos de indivíduos que uma organização necessita no seu quadro de colaboradores. Assim sendo, é necessário requalificar a sua equipa para atrair novos talentos que visem reforçar a equipa atual. Para tal, é necessário delinear estratégias a fim de os contratar.

 

 

4) Veículos autónomos

 

Calcula-se que os veículos autónomos, designados também por self-driving, comecem a circular até o ano de 2030. É requerido um conjunto de know-how em “... máquinas, visão por computador, processamento de sensores e mais para conceber a inteligência orientadora dos automóveis autónomos”.

 

 

5) Veículos elétricos

 

Assim como os veículos autónomos, os elétricos também irão revolucionar a indústria automóvel. Julga-se que entre 25% e 35%, apenas existirão automóveis absolutamente híbridos, plug-in, ou automóveis 100% elétricos. Este consumo irá disparar de forma abismal e a criação de uma plataforma dedicada ao suporte das tecnologias de condução avançadas resulta de uma consequência para as empresas.

 

 

6) Geração Z: Os decisores

 

Esta geração foi a primeira a ser bombardeada pelo mundo tecnológico e cresceu a dominá-la. A indústria, por sua vez, encontra-se perante um futuro totalmente digital e a Geração Z surge como o “fator chave” nessa área, na medida em que é capaz de alterar os modelos e as condutas dos consumidores. As estratégias delineadas para os talentos das organizações exigem uma análise aprofundada e considerável.

 

 

Créditos: Adecco, 29 Março 2021 (https://www.adecco.pt/mundo-laboral/6-tendencias-estrategicas-na-industria-automovel/)